domingo, 25 de julho de 2010

Janela sem cortinas

Sem demora a janela se abriu. Suave. Trouxe pensamentos alados. Ela não tem cortinas. Não as vejo. Fronteira do universo como a alma. Limite da intimidade. Não sei quantas vezes já passei por aqui. Reconheço a estrada. Estou ancorado, olhando o vazio, espreitando o nada. Sempre encontro linhas soltas de redes outrora partidas. Mosaico de infinitas construções. O engraçado é que nunca procurei enxergar. Mas eu vejo. Leve a música passeia com suas notas bailarinas fazendo coreografias audíveis no palco cósmico. Tem alguma coisa ali. Me aproximo devagar. Não quero fazer barulho. Silêncio... Achei um sonho perdido em mim, soterrado pela velocidade. Vejo o mundo com uma nitidez que só os sonhos possuem. Claro e brilhante ele sinaliza a direção que leva ao interior. Rápido ele diz. A janela começou a fechar...

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