Vivo dentro do meu pensamento. Lá não tem paredes. Lá não tem cortinas. Lá eu ganho asas. Não é preciso falar. Não é preciso andar. Basta pensar. Dia desses, saí por aí, passageiro de mim mesmo. Rumo a lugar nenhum. Em busca do buscar. Solto como poeira, pouso em qualquer lugar. Quem anda sem destino não se perde, apenas acha. Uma fotografia antiga, um texto amassado, um abraço apertado. Uma conversa fiada, a boca calada, um olhar para o nada. Passeio com o tempo. O mundo é muito grande pra uma vida, ou mesmo duas. Sei que vou pra não voltar. Já comprei até a passagem. Partirei sem dizer adeus, mas não posso dizer que não olharei pra trás. Enquanto a hora não vem, penso em todas as viagens que fiz. Lembro da casa da praia, cheia de gente que nunca vi. Lembro do gosto do peixe do seu Lorival em Maricá. Lembro até daquela informação que pedi e não souberam dar. Cansei de tanto nadar até a ilha. Como eu queria sentir só mais uma vez antes de ir embora a brisa do mar! Mas o tempo está passando, e eu tenho que ir. Parece que a cada segundo que passa, lembro de mais coisas que vivi. As imagens e os sentidos começam a ficar sobrepostos. Mesmo assim, sou capaz de degustar tudo, numa sinergia que nunca antes senti. O médico entrou na sala. Estão todos aqui. Se eu pudesse pedir para que não chorassem... Estou em paz, eu diria, cada vez mais pleno de mim mesmo! Sinto até as minhas pernas! As partidas nunca são em silêncio. A família sai para observar tudo atrás do vidro. Última chamada para o embarque. O maquinista se dirige aos aparelhos. Sinto pela última vez.
domingo, 29 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Baseado numa história real
Indo para o hospital, segurei a mão esquerda com a direita. Juntas, elas suavam frio. Tudo em volta parece tão longe. As vozes daqueles que falam comigo, a música que toca no rádio, as buzinas... E o hospital. Este sim, o mais longe de todos.
Parece que a qualquer momento a dor vai terminar de me engolir.
-Aguenta firme! Já estamos chegando!
Nunca vi um gerúndio tão bem empregado.
Finalmente, avisto a porta da emergência. Pareço um borracho: trôpego, arqueado, me agarrando em tudo e em todos...
Adentro o recinto, escoro-me no balcão e peço uma dose:
- MMMORFIINA...
"Champ de coquelicots à Argenteuil" - 1873 - Claude Monet
Parece que a qualquer momento a dor vai terminar de me engolir.
-Aguenta firme! Já estamos chegando!
Nunca vi um gerúndio tão bem empregado.
Finalmente, avisto a porta da emergência. Pareço um borracho: trôpego, arqueado, me agarrando em tudo e em todos...
Adentro o recinto, escoro-me no balcão e peço uma dose:
- MMMORFIINA...
"Champ de coquelicots à Argenteuil" - 1873 - Claude Monet
REC
...
Tudo aqui de cima parece tão estranho. O monocromatismo acinzentado das construções tomou conta de todas as porções daquilo que dá nome ao nosso planeta. O som grave dos motores tomou conta dos ouvidos.
...
Aqui, a gravidade não existe.
...
Grave o que vou lhe dizer:
"Grave é a situação da Terra."
...
O mundo está caindo sobre aqueles que se calaram.
.
.
STOP!
Tudo aqui de cima parece tão estranho. O monocromatismo acinzentado das construções tomou conta de todas as porções daquilo que dá nome ao nosso planeta. O som grave dos motores tomou conta dos ouvidos.
...
Aqui, a gravidade não existe.
...
Grave o que vou lhe dizer:
"Grave é a situação da Terra."
...
O mundo está caindo sobre aqueles que se calaram.
.
.
STOP!
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Saturno, o Mr. Cronos
Poesia em transe
Horta Mágica II
Delírios da mente perigosa de Alice no país da corrupção.
Passeava pelo campo quando, subitamente, encontrou uma plantação de pizzas.
Um rodízio. Tinha para todos os gostos. Calabresa, todos os queijos, com e sem borda...
É....
Parece que está faltando algo...
Difícil de lembrar...
Ah!!! Lembrei!
Claro! Falta o vinho!!!
Romanée-Conti.
Qualquer coisa, eu não sei de nada!
Eu e os três macacos.
Viva La (R)Evolucion!
DON´T FORGET:
"Uma revolução não vale a pena quando não há uma dança."
Sr. V
?Vamos a bailaR?
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